A desigualdade de gênero no mercado de trabalho tem consequências de longo prazo, não apenas para as mulheres, mas para a sociedade como um todo. Algumas razões que devem motivar a redução dessas diferenças incluem melhores soluções de problemas devido à diversificação das equipes de trabalho, aumento na renda das famílias devido à maior igualdade de rendimentos entre mulheres e homens, e maior crescimento econômico dado o potencial aumento da competitividade e da qualidade de vida que as profissões mais bem remuneradas (especialmente nas áreas ditas mais tecnológicas) podem trazer a um país. Não à toa, a igualdade salarial de gênero permanece uma prioridade em todos os países da OCDE. Tanto o nível universitário quanto a área de estudo são marcadores históricos da estratificação social. No entanto, ainda se conhece pouco sobre como esses fatores influenciam os diferenciais de gênero no mercado de trabalho. É importante analisar, por exemplo, se homens e mulheres recém-formados estão se inserindo em atividades condizentes com sua área e nível de formação e se os salários auferidos também diferem a depender do sexo, mesmo em áreas e níveis de formação equivalentes. Com base diferentes fontes de dados, pretendemos avançar nessa discussão, já que poderemos estudar o status de emprego e a diferença salarial de gênero entre os egressos da UNICAMP em diferentes níveis do ensino superior (graduação, especialização, mestrado, doutorado, etc). Sendo uma das universidades mais prestigiadas da América Latina, a UNICAMP representa um importante estudo de caso para uma compreensão mais ampla sobre a inserção laboral dos egressos das universidades brasileiras.