A POPULAÇÃO INDIGENA NO BRASIL: ANÁLISE DOS DADOS DO CENSO 2010 (FAPESP-UTEXAS)

Período:

2015 - 2017

Descrição:

Os povos indígenas no Brasil têm importância fundamental para o país, muito além de seu tamanho populacional. Representa um patrimônio em termos de sócio-diversidade, são mais de 305 povos/etnias e 350 línguas faladas declaradas no censo de 2010. Os povos indígenas ocupam e conservam extensões de terra ameaçadas muitas vezes pelo desmatamento, e estão presentes também em grandes cidades, medias e pequenas áreas urbanas, espalhadas por todo território brasileiro. Porém, essa é uma população bastante vulnerável em termos sócio-econômicos, com indicadores de saúde e educação bastante abaixo daqueles vivenciados pelo restante da população brasileira. A dinâmica demográfica da população indígena, com altas taxas de fecundidade e mortalidade, é também diferente, com um alto crescimento anual e perfil etário muito mais jovem do que a população brasileira enquanto um todo. O censo demográfico de 2010 oferece uma oportunidade excelente para reduzir a invisibilidade estatística da população indígena, e acrescentar muito conhecimento ao campo da antropologia, lingüística, demografia relacionada com saúde e educação. No presente projeto serão abordadas três questões chave: a) elaborar a lista completa de todas as línguas indígenas reportadas no Brasil com sua localização geográfica, demonstrando onde e por quem são faladas; b) estimar os níveis da fecundidade e mortalidade infantil nos diferentes segmentos da população indígena e c) descrever a cobertura do atendimento escolar e seus níveis de toda população indígena, incluindo os principais indicadores de educação tais como idade/série. O presente projeto abordará análises das populações de todos os povos indígenas e dos indígenas presents em todas as áreas urbanas, e dará atenção especial a três estudos de caso em três diferentes regiões do Brasil: povos indígenas no noroeste amazônico, estado do Amazonas; população Guarani nos estados do Mato Grosso do Sul e estados do sul e sudeste; e população dos povos Pankararu, nos estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia e residentes na cidade de São Paulo. O primeiro caso a população analisada são os 23 povos indígenas da região noroeste do Amazonas, denominada como área cultural Rio-Negrina. São povos que tem suas terras garantidas com uma extensão adequada e que mantem menor interação com a população não indígena. Os dois outros casos, os Guarani e os Pankararu, são povos com muitos séculos de contato, tendo sido ambos impactados pelos primórdios da colonização e sofrido processos de expropriação de suas terras tradicionais. Vivem ainda em áreas urbanas de grande porte como em São Paulo (onde ambos estão presentes) e outras.

Coordenador(a):

Drª. Marta Maria do Amaral Azevedo

Joseph E. Potter

Financiador:

FAPESP