Atlas inédito mapeia a imigração cidade por cidade em São Paulo

Novos fluxos criam panorama diferente do das imigrações históricas

Ana Estela de Sousa Pinto
São Paulo
A angolana Marcelina Fernandes Ndombele, 27, com sua filha Vitória, de um mês, na Casa de Passagem, instituição do governo paulista que abriga imigrantes recém-chegados
A angolana Marcelina Fernandes Ndombele, 27, com sua filha Vitória, de um mês, na Casa de Passagem, instituição do governo paulista que abriga imigrantes recém-chegados - Folhapress

258 milhões de pessoas mudaram de país no ano passado, fluxo 50% acima do registrado no começo 
do século e crescente, segundo especialistas em imigração.

No Brasil, vivem hoje cerca de 750 mil estrangeiros. É um número modesto para padrões globais, mas movimentos concentrados, como a entrada de mais de 70 mil haitianos de 2010 a 2015 ou 40 mil venezuelanos neste ano, acentuam seu impacto.
 

País que recebeu ondas importantes de imigração nos séculos 19 e 20, o Brasil vive hoje uma realidade diferente. Ainda é polo de atração e passagem, principalmente para latino-americanos e refugiados —parcela expressiva deles com alta qualificação—, devido a uma nova lei, que facilita a regularização dos estrangeiros.

Entre as principais mudanças retratadas estão:

1) Novas origens: mais de 260 países foram citados por imigrantes que chegaram ao país entre 2000 e 2015

2) Novas mulherescresce o número de mulheres que deixam sozinhas seus países, para fugir de estupros ou de violência na família

3) Novas qualificaçõesimigrantes com diploma universitário são fatia crescente, principalmente entre latino-americanos

4) Nova interiorizaçãoleis facilitam obtenção de documentos de trabalho, e imigrantes não precisam mais ficar presos a trabalhos clandestinos na capital paulista

5) Nova legislação: Brasil aprova lei que facilita entrada de estrangeiros, mas faltam políticas que permitam integração eficiente e produtiva

6) Novas chances: filhos de imigrantes viram ponte entre seus pais e a língua e os costumes do novo país

Mas, segundo especialistas, faltam dados que embasem e orientem as políticas públicas. Parte da lacuna está sendo preenchida com o lançamento, nesta sexta (6), do “Atlas Temático”, levantamento produzido pelo Observatório das Migrações em São Paulo, da Unicamp, e financiado pela Fapesp que revela as tendências nas imigrações para o Brasil neste novo milênio, em que os fluxos populacionais estão em seu auge.

Nos mapas abaixo, consulte quem são, o que fazem e onde estão os estrangeiros que escolheram São Paulo como nova morada.

 
 
 
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